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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Diário de uma adolescente grávida: A descoberta.


No dia 11 de Dezembro de 2011, havia conversado com o Junior (namorado) sobre a possibilidade de eu estar grávida. Estava bem apavorada, pois sabia o erro que tínhamos cometido e estava com muito medo das possíveis conseqüências.

 No dia 13 de Dezembro resolvi contar para minha mãe, já que não sabia o que fazer, mas o medo da reação dela me assustava muito. Passei o dia inteiro pensando e conversei com o Junior, então decidi  chamar ela no meu quarto e contei tudo o que estava acontecendo. Minha mãe assim como eu ficou muito apavorada e nervosa, eu não consegui me conter e chorei. No dia seguinte, minha mãe entrou no meu quarto e me avisou que tinha marcado ginecologista para mim, no dia 15. Nesse dia, cheguei no consultório 9:30 da manhã e logo a doutora me atendeu, expliquei a situação e ela me examinou.
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Quando ela  sentou novamente na sua cadeira disse para mim que era 99% de chances de eu NÃO estar grávida, mas que mesmo assim ela iria pedir um exame de sangue (HCG) que comprovaria ou não a minha possível gravidez. Minha mãe estava na sala de espera, cheguei toda feliz para ela e contei o que a médica havia me falado, ela ficou bem mais calma. Fomos até o laboratório fazer o exame e a atendente disse que o resultado sairia no mesmo dia na internet.

 Fomos para casa e minha mãe conversava comigo o tempo todo sobre isso, muito preocupada e com um olhar de decepção. Eu nunca fiquei tão nervosa na minha vida, era uma “pilha de nervos” e a minha cabeça estava muito confusa. Fiquei aguardando o resultado era mais ou menos 18:30h da tarde do dia 15 de Dezembro quando saiu o resultado dizendo basicamente isso: 828 UI/L    Nota: Se o objetivo deste exame é o diagnóstico de gravidez, o resultado acima deve ser interpretado como POSITIVO. Entre tantos outros números que aquele exame dizia... No mesmo momento entrei em choque, chorei demais, chamei minha mãe para olhar o exame. Meu pai estava na cozinha que na mesma hora desconfiou e enxergou tudo. Fui correndo para o carro e fiquei lá chorando demais, não sabia o que pensar, não sabia se eu queria aquela criança, não podia acreditar que dentro de mim estava se formando uma vida. Eu não conseguia associar isso, não conseguia imaginar que daqui 9 meses aproximadamente eu teria um filho (a) nos meus braços. Eu tinha apenas 14 anos, não sabia quase nada de criança, pois eu era uma. Perdi meu chão, naquele momento.

 Estava decepcionada comigo mesmo, me achando uma idiota e senti vergonha de mim mesma por uma irresponsabilidade. Ao mesmo tempo em que a minha cabeça parecia explodir fiquei pensando no que meus pais falariam, tinha medo de me expulsarem para fora de casa, meu pai era dos antigos. Tinha muito medo da reação deles, achei que literalmente me matariam.  Vi minha mãe vindo em minha direção, com os olhos derramando lágrimas e me abraçou e disse:
-Calma Mica, vai dar tudo certo. Eu passei por isso, eu vou ficar contigo e te ajudar em tudo, vou cuidar dessa criança e de ti mais que tudo. Eu te amo.
Em seguida meu pai veio e me deu um abraço e disse que me amava muito e que faria tudo por mim e pelo meu filho.

Admito que fiquei  muito surpreendida com a reação deles.  Pois esperaria qualquer coisa horrível, menos isso que parecia ter me confortado um pouco de alguma maneira. Eu só chorava e nada do que eles falavam para mim parecia fazer sentindo algum, peguei o telefone e imediatamente liguei para o Junior chorando demais e disse que o resultado havia dado positivo, e que eu estava grávida. Ele ficou em choque, e eu acabei desligando o telefone.

Eu cheguei a falar que não queria aquele bebê, que a minha vida tinha acabado ali. Mas logo em seguida quando fiquei sozinha pensei em tudo, olhei para a minha barriga e mal podia acreditar que ali dentro crescia um ser humano. E no mesmo instante eu falei com meu filho e disse que jamais o machucaria ou mataria ele(a). Pensei comigo, se eu tive coragem para fazer, vou ser bem mulher para assumir, cuidar e dar muito amor para esse anjo que não tem culpa de nada.  Acalmei-me e parei de chorar porque eu já sentia que aquele meu estado não faria bem para o bebê. No dia seguinte, liguei novamente para o meu namorado e ele foi lá até a minha casa, pediu desculpas por não ter me falado nada na hora da descoberta e disse que estava em choque. Mas falou também que me amava muito e que ficaria comigo para o que der e vier, falou que vai assumir o bebê, e que não me deixaria em nenhum momento. Assim como também não deixaria o bebê.  Fiquei bem mais calma com o apoio da minha família e do meu namorado, pois eu sabia bem que na maioria dos casos de gravidez na adolescência não é assim.

“Mas todas essas meninas que estão grávidas e são adolescente não podem pensar em desistir, pensem no que cresce ai dentro de vocês e que ai já bate um coração, um ser humano que só quer viver e que para que isso possa acontecer só depende de você, mãe. Esse anjo é pequeno demais e ainda não pode se defender, nem gritar, muito menos pedir socorro.Não mate quem nunca mataria você.  Não tire a vida da única pessoa nessa história que não tem culpa nenhuma, de nada. Não é a idade que faz a mãe, e sim o amor.
                                                                                                                      

 Postado por: Micaela Lange.

10 comentários:

●๋ °• Paolla Martins•° ● disse...

Adorei Mica, muito legal teu depoimento aqui no Blog, é muito bom ter meninas como você corajosas que encaram de frente e não correm dos problemas, eu mesmo com 21 acho que surtaria com uma notícia dessas, mas te admiro muito por essa força de vontade, te desejo muitas felicidades!beijos

Anônimo disse...

Mica, eu fico muito feliz de saber que tu teve coragem de enfrentar tudo isso, que sim na nossa idade é uma bola de neve. Eu não sei como agiria, por isso eu falo que te admiro muito, por tudo que tu tá passando e querer ficar com essa criança que como tu disse, é a única que não é culpada nessa história. Desejo toda a felicidade do mundo pra ti.
Da tua sempre amiga, Golgo.

Do que você tem medo ? disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Parabéns Micaela,cada palavra que vc digitou foi com um grande sentimento pois entendo um pouco o que vc está passando,parabéns mais uma pq vc está enfrentado tudo de cabeça bem erguida e com muita coragem desejo tudo de bom pra vc e pra criança e jamais desejaria mal pra vcs...

Anônimo disse...

Muito bom seu texto e admiro muito sua coragem Micaela, gostaria de fazer uma pergunta. Se você se incomodar em responder não precisa.
O que você fez de errado? esqueceu comprimido anticoncepcional,sem camisinha, camisinha estourou ? Se poder responder ficaria agradecido.

Anônimo disse...

Olá, fomos irresponsáveis mesmo. Eu tomava o anticoncepcional, mais como eu e o meu namorado tínhamos brigado e terminado, eu parei de tomar. E estava esperando a minha menstruação vir, para começar novamente mais não veio. Eu tomei 2 pílula do dia seguinte e não adiantou.

Anônimo disse...

Oi, com certeza cada palavra que escrevi foi de coração mesmo. Obrigada pelo apoio espero que continue gostando da coluna!

Anônimo disse...

Own minha amiga, que coisa mais linda tudo o que tu escreveu.. Tu tá me dando a maior força e eu te agradeço demais por isso, Te amo s2

Anônimo disse...

vc ta com quantos meses?

Anônimo disse...

3. Micaela Lange.

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